A Secretária de Estado da Educação, considerando que - o Decreto nº. 51.627, de 1º de março de 2007, instituiu o Programa Bolsa Formação Escola Pública e Universidade, introduzindo, em caráter de colaboração, a participação e vivência de alunos das Instituições de Ensino Superior, na prática pedagógica de sala de aula, junto aos professores da rede pública estadual e municipal;
- essa vivência propicia a
oportunidade ímpar de conhecimento da realidade do contexto escolar, como
também a possibilidade de relacionamento entre teoria acadêmica e prática;
- alunos que chegam ao final da 1ª série, já alfabetizados,
conforme atestam institutos de pesquisa e avaliação educacional, tendem ao
sucesso nas aprendizagens dos Ciclos; resolve:
Artigo 1º - O Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na
Alfabetização - Bolsa Alfabetização, mantido nas escolas da rede pública
estadual da Capital e Grande São Paulo - COGSP, será expandido para as unidades
escolares do Interior do Estado - CEI, a partir de 2009, objetivando:
I. possibilitar o desenvolvimento de experiências e conhecimentos
necessários aos futuros profissionais de Educação, sobre a natureza da função
docente no processo de alfabetização dos alunos da 1ª série - ciclo I do Ensino
Fundamental;
II. apoiar os professores de 1ª série do Ciclo I, na complexa ação
pedagógica de garantir a aprendizagem da leitura e escrita a todos os alunos.
Artigo 2º - A Secretaria da Educação firmará convênio com
Instituições de Ensino Superior ou com entidades a elas vinculadas, que sejam
incumbidas regimental ou estatutariamente das atividades do ensino, para a
proposição e execução do Plano de Trabalho, devidamente aprovado pela Equipe de
Gestão Institucional.
§ 1º - Poderão inscrever-se para o Projeto, as Instituições de
Ensino Superior - IES sediadas no Estado de São Paulo, que possuam cursos
presenciais devidamente autorizados e/ou reconhecidos nas áreas de Pedagogia,
com habilitação para magistério de 1ª a 4ª série ou Letras com habilitação para
o magistério, desde que os alunos estejam cursando a partir do 2º semestre;
§ 2º - No ato de inscrição, as IES deverão apresentar a seguinte
documentação:
1.cópia autenticada do Contrato Social e última alteração ou
Estatuto e a última ata e constituição da diretoria vigente;
2. inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ;
3. portarias de autorização ou reconhecimento do MEC ou do
Conselho Estadual de Educação dos cursos disponibilizados para o Projeto;
4. certidão de regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço;
5. certidão negativa de débito no INSS.
§ 3º - As IES deverão apresentar Plano de Trabalho, nos moldes
definidos no Anexo II desta Resolução.
§ 4º - A Equipe de Gestão Institucional do Bolsa Alfabetização,
instituída pela Resolução SE nº ...... de 2008, será responsável, dentre outras
atribuições, por analisar e aprovar os Planos de Trabalho apresentados pelas
Instituições de Ensino Superior.
§ 5º - As IES habilitadas deverão abrir conta bancária no Banco
Nossa Caixa, exclusiva para operações financeiras do Projeto.
Art. 3º - Caberá à Secretaria de Estado da Educação, por
intermédio da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE:
I. repassar os valores estipulados para custeio das despesas
oriundas da execução do convênio, nos termos estipulados no instrumento
respectivo;
II. orientar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento do programa
em conformidade com o Plano de Trabalho aprovado;
III. promover debates, seminários para divulgação de resultados,
troca de experiências, avaliação entre os parceiros do projeto;
IV. divulgar, juntamente com as IES, conteúdos significativos
produzidos pela parceria.
Art. 4º - Caberá às Instituições de Ensino Superior:
I. indicar professores orientadores, para acompanhamento da
execução do Plano de Trabalho, e orientação dos alunos em suas pesquisas,
observando o Anexo I desta resolução;
II. indicar um interlocutor administrativo, responsável por
representar a Instituição perante a Secretaria da Educação, para
esclarecimentos e encaminhamentos operacionais;
III - garantir a participação do orientador e do interlocutor, em
reuniões mensais ou sempre que solicitados, junto à equipe de gestão institucional;
IV. selecionar os alunos inscritos, conforme critérios
estabelecidos no Regulamento;
V. apoiar e acompanhar a qualidade do trabalho desenvolvido pelo
professor orientador, subsidiando-o no desenvolvimento do Plano de Trabalho,
junto aos alunos pesquisadores;
VI. participar de reuniões junto à Secretaria da Educação, quando
solicitado;
VII. assegurar a freqüência dos alunos pesquisadores;
VIII. substituir os alunos que não cumprirem o Regulamento do
Projeto;
IX. atender a todas as disposições do Regulamento do Projeto,
dando efetivo cumprimento ao Plano de Trabalho;
X. executar o objeto do convênio de acordo com o Plano de Trabalho
anual aprovado, respeitadas as diretrizes e normas pedagógicas da Secretaria da
Educação, assim como a orientação da FDE.
Art. 5º - Caberá ao aluno pesquisador, sob a supervisão de seu
professor orientador:
I. auxiliar o professor regente na elaboração de diagnósticos
pedagógicos de alunos;
II. planejar e executar, em comum acordo com o professor regente,
atividades didáticas destinadas aos alunos, individualmente ou em grupo;
III. escolher, em conjunto com o professor orientador, o tema para
o desenvolvimento da pesquisa de acordo com o Anexo I desta Resolução;
IV. cumprir outras atribuições previstas no Regulamento do Projeto
e no anexo I desta Resolução.
§ 1º - O aluno pesquisador deverá realizar atividades, na unidade
escolar onde atua, em 20 horas semanais, de 2ª. a 6ª. feira, como segue:
1 -18 (dezoito) horas em classe de 1ª série do ciclo I do Ensino
Fundamental, sendo 04 (quatro) horas diárias, sempre com o professor regente;
2 -02 (duas) horas em Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo - HTPC,
realizado na unidade escolar, conforme Regulamento do Projeto;
§ 2º - Na impossibilidade da participação em HTPC, o aluno deverá cumprir as 20 horas na classe de 1ª. série, junto com o professor regente.
Art. 6º - As vagas em classes/turmas da 1ª. Série do Ciclo I do
Ensino Fundamental das escolas da CEI e da COGSP serão distribuídas entre as
IES selecionadas de acordo com os critérios:
I. adequação do Plano de Trabalho em relação às diretrizes
propostas pelo Bolsa Alfabetização;
II. localização geográfica das unidades das IES, de modo a
favorecer o atendimento do número de classes das Diretorias Regionais de
Ensino;
III. quantidade de alunos aptos a participarem do Projeto Bolsa
Alfabetização, de acordo com os requisitos estabelecidos no Regulamento do
Projeto.
Art. 7º - Caberá à Equipe de Gestão Institucional definir o
período de encaminhamento dos alunos, respeitando o calendário escolar da rede
pública estadual de ensino.
Art. 8º - O plano de trabalho deverá ser desenvolvido ao longo do
ano letivo, obedecido o calendário escolar, incluindo o mês de julho, e
revisado anualmente.
Art. 9º. - Esta resolução entra em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário, em especial os artigos 2º a
5º e 7º a 9º da Res. SE nº 83/2007.
Notas:
Decreto nº 51.627/07, à pág. 206 do vol. LXIII;
Revoga artigos 2º, 5º e 7º ao 9º da Res. SE nº 83/07, à pág. 187
do vol. LXIV.
Projeto pedagógico do projeto Bolsa Alfabetização
O Programa Ler e Escrever nasceu com o compromisso de fazer frente
aos baixos índices de alfabetização no estado de São Paulo. A meta é
alfabetizar 100% das crianças da rede estadual até 2010. Como estratégia, a
Secretaria de Educação, juntamente com a FDE, produziu um conjunto de materiais
de apoio para o aluno e para o professor do 1º a 5º ano e desenvolve um
programa de formação continuada que visa acompanhar o trabalho pedagógico das
escolas, por meio do coordenador pedagógico, do gestor escolar e da equipe de
formadores de todas as diretorias do Estado.
O Projeto Bolsa Alfabetização nasceu do mesmo compromisso e tem a
missão de cumprir determinados objetivos estratégicos do Programa Ler e Escrever,
enfocando as iniciativas empreendidas no 1º ciclo do Ensino Fundamental - etapa
decisiva na vida dos alunos.
O Programa Bolsa Alfabetização apóia os professores da rede que
atuam nas salas de ciclo I e, ao mesmo tempo, incide na formação do aluno, futuro
professor. Na recente pesquisa “Formação inicial de professores para o Ensino
Fundamental: Instituições Formadoras e seus Currículos”, feita pela Fundação
Carlos Chagas, os pesquisadores concluem que:
- A proporção de horas dedicadas às disciplinas referentes à
formação profissional específica é de 30%, ficando 70% para outro tipo de
matérias oferecidas nas instituições formadoras. Cabe a ressalva já feita na
análise das ementas segundo a qual, nas disciplinas de formação profissional,
predominam os referenciais teóricos, seja de natureza sociológica, psicológica
ou outros, com associação em poucos casos às práticas educacionais.
- Os conteúdos das disciplinas a serem ensinadas na educação
básica (Alfabetização...) comparecem apenas esporadicamente nos cursos de
formação; na grande maioria dos cursos analisados, eles são abordados de forma
genérica ou superficial no interior das disciplinas de metodologias e práticas
de ensino, sugerindo frágil associação com as práticas docentes1;
O Bolsa Alfabetização está estruturado de modo a levar às
instituições formadoras problemas relacionados à didática de alfabetização,
questões vivas e candentes da prática educativa em sala de aula, para torná-los
conteúdos da formação inicial dos professores.
Para que tal projeto seja implantado por todo o Estado, é
necessário o esforço conjunto das Diretorias Regionais de Ensino e das IES, que
atuam como instituições parceiras e executoras do programa localmente. Para o
desenvolvimento do programa na IES, é necessário que seja apresentado um Plano
de Trabalho (Anexo II) que explicite a metodologia empregada na formação e no
acompanhamento dos alunos, compartilhando os marcos conceituais, objetivos,
metas e programação anual.
Marco conceitual
Nesse programa, compreende-se a Língua Portuguesa como
conhecimento que se organiza, se reproduz e se recria nas diferentes práticas
sociais de leitura e de escrita. Os propósitos são determinantes do modo de se
ler, tanto quanto são determinantes das características do texto a ser produzido,
as intenções de quem escreve. Estar alfabetizado significa saber mais do que
decodificar textos simples, sabendo usar, de modo autônomo, os recursos da sua
própria língua, por meio da leitura e da escrita, nos diferentes gêneros.
Nota-se que o uso de cartilhas e de métodos prontos não se
mostraram eficientes para a conquista dos níveis mais avançados de avaliação.
Isso ocorre porque tais métodos não consideram o modo próprio como os alunos
pensam e se esforçam para construir conhecimentos sobre a escrita. Não levam os
alunos para além da simples decodificação de palavras isoladas e frases
simples, portanto, não cumprem o propósito de apresentar a língua na sua real
complexidade como objeto social de conhecimento.
Sabe-se hoje que os alunos pensam sobre a escrita e desenvolvem
complexas hipóteses para explicar as regularidades do sistema, mas tais
conhecimentos não surgem espontaneamente: entende-se que a escola e o
professor, em especial, são os responsáveis por inserir os alunos no universo
da cultura escrita, compartilhando suas diferentes práticas. O acesso às
práticas leitoras e escritoras são condições para quaisquer possibilidades de
construção de conhecimentos sobre a língua. Isso significa afirmar que para que
haja aprendizagens nesse campo, é preciso que o aluno vivencie práticas de
leitura e escrita significativas ao longo do 1º ciclo.
Para o sucesso dessa alfabetização, é necessário manter uma rotina
de leitura e de escrita na escola e desenvolver projetos e seqüências didáticas
que permitam aos alunos refletir sobre o funcionamento do sistema de escrita,
sobre os usos e funções da língua e sobre as especificidades da linguagem que
se escreve.
Parte-se de uma concepção de aprendizagem construtivista que
considera o aluno como sujeito de sua própria aprendizagem, pois, ele aprende
nas mais diferentes situações nas quais é chamado a resolver problemas
significativos que lhe demandem elaborar idéias e hipóteses próprias, como
etapas rumo à compreensão da escrita alfabética. Tal como Delia Lerner, compreende-se
que o problema a ser resolvido “deve ter sentido no campo de conhecimento dos
alunos, porém não deve ser resolúvel só a partir dos conhecimentos que as
crianças já possuem. Em outras palavras, uma situação problemática tem de
permitir que os alunos ponham em prática os esquemas de assimilação que já
construíram e interpretam, a partir dos mesmos, porém estes conhecimentos
prévios não devem ser suficientes para resolvê-la: a situação deve exigir a
construção de novos conhecimentos ou de novas relações entre os já elaborados.
Também é conveniente que o problema seja rico e aberto, que coloque os alunos
diante da necessidade de tomar decisões que lhes permitam escolher
procedimentos ou caminhos diferentes (Douady, 1986; Inhelder, 1992)2”.
O marco conceitual das concepções de ensino e de aprendizagem
também deve embasar as estratégias de trabalho na formação de professores:
entende-se que os alunos-pesquisadores também são sujeitos de suas
aprendizagens profissionais e que isso se faz no enfrentamento de situações
homólogas àquelas vivenciadas pelos professores titulares.
Os alunos-pesquisadores são entendidos como sujeitos históricos
que carregam visões de mundo próprias, mediados em maior ou menor grau pela
cultura escolar. São também sujeitos da própria aprendizagem e constroem
conhecimentos sobre o que é ser professor, o que e como se ensina, nos
diferentes contextos e nas interações de que participam, não só nas escolas em
que atuam, mas, principalmente, na comunidade de sua IES.
As singularidades do sujeito pesquisador e as necessidades
práticas do programa definem o escopo teórico-prático do projeto, tomando para
si os princípios da metodologia qualitativa participativa como a mais adequada
aos propósitos de apoiar as salas de aula do ciclo I e seus professores
titulares. A pesquisa qualitativa permitirá aos alunos-pesquisadores conhecer
como as práticas pedagógicas podem ser mediadas por conhecimentos sobre a
didática da língua, em funcionamento em contextos reais de sala de aula.
Por meio de uma metodologia qualitativa participativa, espera-se
aproximar os alunos-pesquisadores dos professores titulares das escolas
públicas, envolvendo-os com os problemas próprios da transposição didática, da
gestão de sala de aula e das relações de ensino e aprendizagem na alfabetização
inicial. A imersão na escola permitirá aos alunos lidar com a interpretação de
gestos, atitudes, opiniões, hábitos e crenças sobre alfabetização e as tantas
ações do dia-a-dia de uma sala de aula, enfrentando assim os reais dilemas da
alfabetização no 1º ano. Poderão participar do cotidiano da escola, mantendo-se
numa relação mais horizontal, na medida em que também vão atuar junto aos
alunos, sempre respeitando o papel distinto do professor regente da sala.
Nesse contexto, o trabalho do professor deve apoiar o aluno na
sistematização de conhecimentos didáticos específicos, centrados nas diferentes
situações em foco na pesquisa: rotina de leitura e de escrita; leitura feita
pelo professor; produção oral com destino escrito; cópia e ditado
(ressignificação da cópia). Tais conteúdos devem ser sistematicamente
acompanhados, ao longo do ano, conforme plano de trabalho da IES.
Objetivos gerais
* possibilitar o desenvolvimento de conhecimentos e experiências
necessários aos futuros profissionais de educação sobre a natureza da função
docente no processo de alfabetização dos alunos da 1ª série do Ciclo I;
* apoiar os professores da 1ª série do Ciclo I na complexa ação
pedagógica de garantir aprendizagem da leitura e da escrita a todos os alunos ao
final do ano letivo;
Conteúdos gerais
* objetivos, conteúdos e metodologias que envolvem a formação
inicial de professores alfabetizadores;
* estratégias de apoio ao trabalho de alfabetização na escola;
Objetivos específicos
1. compreender que o fracasso da aprendizagem não se justifica
pelo erro ou falta do aluno, mas também pelas inadequadas ou insuficientes
condições de ensino;
2. construir conhecimentos sobre a prática docente em relação ao
processo de aprendizagem dos alunos;
3. apoiar e subsidiar os professores-titulares na sistematização
de conteúdos de Língua Portuguesa, fortalecendo as relações entre ensino e
aprendizagem, por meio da garantia de algumas condições e orientações didáticas
importantes no processo de alfabetização no ciclo I;
Conteúdos específicos:
1. conhecimentos sobre o funcionamento da rede pública de ensino
a) a avaliação escolar nas séries iniciais do Ensino Fundamental
da Rede Estadual de São Paulo;
b) concepção de avaliação; a prova e seus desafios; os últimos
dados e os desafios que se apresentam;
c) avaliação como regulação da função social da escola; d)
conceito de sondagem e análise dos mapas de acompanhamento da alfabetização;
e) análise da avaliação em seu município e na escola que atua como
aluno-pesquisador;
2. conhecimentos lingüísticos:
a) conceito de gênero do discurso e seu papel na definição dos
objetos de estudo da leitura e da escrita;
b) usos e funções da Língua Portuguesa segundo as práticas de
leitura, escrita;
c) aspectos da gramática, ortografia, pontuação etc.;
d) conhecimentos sobre a linguagem que se escreve;
3. conhecimentos psicolingüísticos:
a) concepções sobre ensino e aprendizagem;
b) a construção da escrita pelas crianças, as hipóteses de escrita
e sua evolução segundo a Psicogênese da Língua Escrita e demais pesquisas
correlatas;
4. conhecimentos didáticos:
a) conceito de ambiente alfabetizador;
b) o papel do conhecimento didático no planejamento do professor;
c) planejamento de estratégias de apoio ao professor regente;
d) planejamento de estratégias de apoio ao aluno;
e) conhecimentos sobre as intervenções pedagógicas com os alunos
que não avançam ou que avançam pouco em suas aprendizagens;
f) condições e orientações didáticas para a organização e
manutenção de uma rotina de leitura e de escrita; leitura feita pelo professor;
produção oral com destino escrito; cópia e ditado (ressignificação da cópia);
Ações
Espera-se que os alunos pesquisadores obtenham orientação adequada
de sua IES, segundo plano de execução aprovado pela Secretaria da Educação e FDE,
para o desenvolvimento das seguintes ações:
1. desenvolver, em conjunto com o professor regente da sala,
intervenções pedagógicas com os alunos que não avançam ou que avançam pouco em
suas aprendizagens;
2. colaborar com a gestão da sala, desenvolvendo plano de ação com
os alunos mais avançados, dando ao professor regente a condição de acompanhar
pequenos grupos de alunos que necessitam de atendimento mais individualizado;
3. sistematizar as condições e as orientações didáticas de algumas
das situações didáticas nucleares no ciclo I:
a. Rotina de leitura e de escrita.
b. Leitura feita pelo professor.
c. Produção oral com destino escrito.
d. Cópia e ditado (ressignificação da cópia).
4. construir boas intervenções didáticas, em conjunto com o
professor regente, favorecendo o avanço dos alunos nas diferentes práticas de
leitura e escrita;
5. organizar ações capazes de promover e alimentar um ambiente
alfabetizador para os alunos do 1º ano;
Desenvolvimento
As IES devem apresentar um Plano de Trabalho, explicitando como
pretende desenvolver o programa e orientar os alunos em suas pesquisas. Devem
também explicitar a metodologia de pesquisa, o sistema de avaliação e os
indicadores, conforme consta no regulamento do programa, sempre respeitando o
marco conceitual, os objetivos, conteúdos e programação previstas no projeto
pedagógico do Bolsa Alfabetização.
Programação anual
A programação da orientação de pesquisa é regulada pela
participação do aluno no Programa, como segue:.
( 1º semestre
O primeiro semestre de um aluno pesquisador, aprendiz que entra em
sala de aula pela primeira vez e tem à frente a tarefa de acompanhar os
processos de alfabetização, deve dividir- se entre os dois momentos. Em um
primeiro momento, deve-se cuidar da entrada do aluno na escola, de sua
adaptação à rotina de trabalho e do acolhimento de suas observações e
impressões. Em um segundo momento, deve-se apoiar o aluno na compreensão da
rotina pedagógica que dá suporte às aprendizagens no campo da alfabetização.
A seguir, elencamos os principais tópicos a serem trabalhados
nesses dois momentos.
1. A adaptação do aluno-pesquisador na escola:
A entrada dos alunos na escola é assunto dos mais delicados e
exige um acompanhamento do professor-orientador, pois são muitos os desafios
que precisam ser vencidos nesse primeiro momento:
a. a apropriação pela IES das definições dos papéis de
aluno-pesquisador e de professor-orientador;
b. a apropriação pela IES do conceito de estágio como espaço de
investigação das relações entre o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa;
c. a postura do aluno-pesquisador nos dois ambientes, na faculdade
e na escola;
d. a identificação do aluno com o professor e a construção de um
olhar mais compreensivo para a complexidade que é a sala de aula;
e. o intercâmbio entre a diversidade técnica acadêmica e a prática
pedagógica;
f. a construção de uma relação positiva entre alunos-pesquisadores
e professores-titulares, que permita de fato a troca;
g. a participação dos alunos-pesquisadores nas HTPCs;
2. Rotina de leitura e de escrita
Feita a passagem desses primeiros meses de adaptação e de
construção de vínculos, os alunos devem ser orientados a conhecerem e a
refletirem sobre a rotina de leitura e de escrita da escola:
a. critérios para a organização do tempo didático;
b. as situações diárias de leitura e escrita na escola;
c. o papel da leitura como atividade permanente na rotina;
d. o equilíbrio entre as atividades de leitura e de escrita;
(2º semestre em diante
A partir do 2º. semestre, os alunos já devem dedicar-se a um dos
temas3 com mais afinco. Os temas a seguir referem-se a diferentes situações
didáticas que favorecem o processo de leitura e de escrita dos alunos. A ênfase
nas práticas educativas exigem do aluno uma reflexão teórica, mas também
prática. Pode ser tema da pesquisa de um aluno pesquisador:
1. Leitura feita pelo professor.
2. Produção oral com destino escrito.
3. Cópia e ditado (ressignificação da cópia).
A reflexão sobre a prática pressupõe um arcabouço teórico que dê
sustentação às análises e argumentações da investigação dos
alunos-pesquisadores. Por isso, recomenda-se especial atenção à bibliografia
empregada.
Bibliografia
ALARCÃO, I. Formação reflexiva de professores - estratégias de
supervisão.Lisboa, Editora Porto, 2000.
CURTO, Lluís Maruny; MORILLO, Maribel M. & TEIXIDÓ, Manuel M.
Escrever e ler - Volume I e II. Porto Alegre. Artmed, 2000.
COLL, César
(org). O construtivismo na
sala de aula. São Paulo, Ática.1996.
LERNER, Delia & PIZANI, Alicia Palácios . A aprendizagem da
língua escrita na escola. Reflexões sobre a proposta pedagógica construtivista.
2ª edição,Porto Alegre, 1995.
LERNER, Delia, Nogueira.N, Peres T, Cardoso B. (org). Ensinar,
tarefas para profissionais. Rio de Janeiro, Record, 2007
LERNER, Delia,. Ler e escrever na escola. O real, o possível e o
necessário. Porto Alegre. Artmed. 2002.
FERREIRO, Emilia. A escrita antes das letras in: SINCLAIR, Hermine
(Ed.) A produção de notações na criança: linguagem, número ritmos e melodias.
São Paulo: Cortez Editora, 1990.
_________ Emília. Alfabetização em processo. São Paulo: Editora
Cortez, 1989.
_________,Emília. Cultura escrita e educação: conversas de Emilia
Ferreiro com José Antonio Castorina, Daniel Goldin e Rosa MariaTorres. Porto
Alegre: ARTMED, 2001.
_________ Emília; TEBEROSKY, A. e PALÁCIO, M. G. Os processos de
leitura e escrita: novas perspectivas. Porto Alegre: ARTMED, 1987
________, Emília & TEBEROSKY, Ana. A psicogênese da língua
escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
________ Emília (org.). Os filhos do analfabetismo. Porto Alegre:
ARTMED, 1990
_______, Emília. Com todas as letras. São Paulo: Editora
Cortez,1992.
_______, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Editora
Cortez,1985.
KAUFMAN, Ana Maria; CASTEDO, Mirta; TERUGGI. Lilia &
MOLINARI, Claudia. Alfabetização de crianças: construção e
intercâmbio. Porto Alegre: Artmed 1998.
KRAMER, S. & SOUZA, S. J. (org.) Histórias de professores:
leitura, escrita e pesquisa em educação. São Paulo, Ática, 1996.
NEMIROVSKY, Myriam. A aprendizagem da Linguagem escrita. Artmed,
2002.
___________ Myriam. O Ensino da Linguagem escrita. Artmed, 2002.
NÓVOA, A. Os professores e sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1992
_________ Vida de professores. Porto Editora, 1992
_________ Profissão Professor. Porto Editora, 1995
OLSON, David R. O mundo no papel: as implicações conceituais e
cognitivas da leitura e da escrita. São Paulo: Ática, 1997.
PALACIOS, Alicia de Pizani; PIMENTEL, Magaly Munhoz&
LERNER, Delia de Zunino. Compreensão da leitura e expressão
escrita. A experiência pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 1998.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - Introdução. Brasília:MEC/SEF,
1997.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - Língua Portuguesa.
Brasília:MEC/SEF, 1997.
PIAGET, J , Seis Estudos de Psicologia, Forense - 1967.
PERRENOUD, P. (org) A profissionalização dos formadores de
professores. Porto Alegre, Artmed, 2003.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES.
Brasília:MEC/SEF, 2001
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Brasília:MEC/SEF, 1997.
REFERENCIAIS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES - Brasília:MEC/SEF,
1999.
SMITH, Frank. Leitura significativa. Porto Alegre: Artmed, 1999
___________ Compreendendo a leitura. Porto Alegre. Artmed, 2003
SCHÖN, D. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o
ensino e a aprendizagem. Porto Alegre, Artmed, 2000.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Editora
Artmed, 1998.
TEBEROSKY, Ana, COLOMER, Teresa. Aprender a Ler e a Escrever - uma
proposta construtivista. Porto Alegre Artmed. 2003.
TEBEROSKY,
Ana. Psicopedagogia da Linguagem Escrita. 10ª edição. Petrópolis. Vozes, 2002
TOLCHINSKY, Liliana &
TEBEROSKY, Ana. Além da alfabetização. São
Paulo: Editora Ática, 1996.
TOLCHINSKY,
Liliana. Aprendizagem da Linguagem Escrita - processos evolutivos e implicações
didáticas. São Paulo: Editora Ática, 1995.
ZABALA,
Antoni. A Prática Educativa - Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
VYGOTSKY.
L.S. Formação social da mente. Martins Fontes. São Paulo. 1997.
WEISZ,
Telma. O Diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 1999.
ANEXO
II -
Plano
de Trabalho:
Os
planos de trabalho deverão ser apresentados pelas Instituições de Ensino
Superior, contendo:
a)
Dados cadastrais da Instituição;
b)Relação
nominal do(s) professor(es) orientador(es) destacados pela Instituição de Ensino
Superior, com respectivo(s) currículo(s) anexo(s);
c)
Indicação do interlocutor administrativo da Instituição;
d)
Apresentação da matriz curricular, ementas e bibliografia dos cursos de
Pedagogia e Letras;
e)
Proposta com o número de classes de 1ª série do ciclo I do Ensino Fundamental,
por Diretoria e Município, a serem atendidas pela Instituição;
f)
Relação nominal dos alunos selecionados para atuar no Projeto, respeitados os
critérios descritos no Regulamento, bem como os números dos respectivos registros
das matrículas e históricos escolares;
g)
Descrição dos critérios utilizados para formação das turmas de orientação na
Instituição, as quais deverão comportar, no máximo, 40 (quarenta) alunos
pesquisadores para cada professor orientador, que poderá ser responsável, no
máximo, por 02 (duas) turmas;
h)
Cronograma e plano de desenvolvimento dos encontros semanais de formação,
contendo:
1.
Explicitação dos temas a serem abordados nos encontros ao longo do ano;
2.
Datas e horários das reuniões.
i)
Orientações para a atuação dos alunos pesquisadores, formas de acompanhamento,
formação e avaliação, conforme projeto pedagógico constante no Anexo I desta
resolução;
j)
Planilha de custos que demonstre a previsão mensal da aplicação dos recursos a
serem repassados pela Secretaria de Estado da Educação.