Dispõe sobre a função gratificada de
Professor Coordenador
A Secretária da Educação, considerando que a coordenação pedagógica se
constitui em um dos pilares estruturais da atual política de melhoria da qualidade
de ensino e que os Professores Coordenadores atuam como gestores implementadores dessa política com objetivos de:
- ampliar o domínio dos conhecimentos e saberes dos alunos, elevando o
nível de desempenho escolar evidenciado pelos instrumentos de avaliação externa
e interna;
- intervir
na prática docente, incentivando os docentes a diversificarem as oportunidades
de aprendizagem, visando à superação das dificuldades detectadas junto aos
alunos;
- promover o aperfeiçoamento e o desenvolvimento profissional dos
professores designados, com vistas à eficácia e melhoria de seu trabalho
resolve:
Art.1º A coordenação pedagógica, nas unidades escolares e oficinas pedagógicas,
a partir de 2008, será exercida por Professores
Coordenadores, na seguinte conformidade:
I - Professor Coordenador para o segmento de 1ª a 4ª série do ensino
fundamental;
II - Professor Coordenador para o segmento de 5ª a 8ª série do ensino
fundamental;
III - Professor Coordenador para o ensino médio.
§ 1º Nas unidades escolares a coordenação pedagógica será compartilhada com o
Diretor da Escola e com o Supervisor de Ensino.
§ 2º Serão organizadas Oficinas Pedagógicas em órgãos que atuam
especificamente na área de coordenação pedagógica da Secretaria da Educação.
Art. 2º O docente indicado para o exercício da função de Professor Coordenador
terá como atribuições:
I - acompanhar e avaliar o ensino e o processo de aprendizagem, bem como
os resultados do desempenho dos alunos;
II - atuar no sentido de tornar as ações de coordenação pedagógica
espaço coletivo de construção permanente da prática docente;
III - assumir o trabalho de formação continuada, a partir do diagnóstico
dos saberes dos professores para garantir situações de estudo e de reflexão
sobre a prática pedagógica, estimulando os professores a investirem em seu
desenvolvimento profissional;
IV - assegurar a participação ativa de todos os professores do
segmento/nível objeto da coordenação, garantindo a realização de um trabalho
produtivo e integrador;
V - organizar e selecionar materiais adequados às diferentes situações
de ensino e de aprendizagem;
VI - conhecer os recentes referenciais teóricos relativos aos processos
de ensino e aprendizagem, para orientar os professores;
VII - divulgar práticas inovadoras, incentivando o uso dos recursos
tecnológicos disponíveis.
Art. 3º A carga horária a ser cumprida pelo docente para o exercício da função
de Professor Coordenador será de 40 (quarenta) horas semanais.
Art.4º São requisitos de habilitação para o docente exercer as atribuições de
Professor Coordenador:
I - ser portador de diploma de licenciatura plena;
II - contar, no mínimo, com 3 (três) anos de experiência como docente da
rede estadual de ensino;
III - ser docente efetivo classificado na unidade escolar em que
pretende ser Professor Coordenador ou ser docente com vínculo garantido em lei,
com, no mínimo 10 (dez) aulas atribuídas na unidade escolar em que pretende ser
Professor Coordenador.
Parágrafo único A experiência como docente, a que se refere o inciso II deste artigo,
deverá incluir, preferencialmente, docência nas séries do segmento/nível da
Educação Básica referente à função de Professor Coordenador pretendida.
Art. 5º Constituem-se componentes do processo de designação do docente para a
função de Professor Coordenador:
I – credenciamento obtido em processo seletivo a ser organizado pela
Diretoria de Ensino, consistindo de uma prova escrita;
II - realização de entrevista individual;
III – apresentação de projeto que vise à melhoria do processo ensino e
aprendizagem de uma unidade escolar;
IV - ato de designação para a função de Professor Coordenador, editado
pelo Diretor da Escola ou, no caso das Oficinas Pedagógicas, pela autoridade
responsável pelo órgão, a ser publicado em Diário Oficial do Estado - DOE.
§ 1º O projeto a ser apresentado deverá explicitar os referenciais teóricos
que fundamentam o exercício da função de Professor Coordenador e conter:
1. identificação completa do proponente
incluindo descrição sucinta de sua trajetória escolar e de formação, bem como
suas experiências profissionais;
2. justificativas e resultados esperados,
incluindo diagnóstico fundamentado por meio dos resultados do SARESP ou outras
avaliações externas, do segmento /nível no qual pretende atuar;
3. objetivos e descrição sintética das ações
que pretende desenvolver;
4. proposta de avaliação e acompanhamento do
projeto e as estratégias previstas para garantir o seu monitoramento e execução
com eficácia.
§ 2º Na realização da entrevista serão analisados:
1. o projeto apresentado;
2. o perfil profissional do candidato;
3. a capacidade de inovar e promover mudanças,
com vistas à otimização dos planos de trabalho no ensino e no processo de
aprendizagem.
§ 3º Nas unidades escolares e nos órgãos que contarem com Oficinas
Pedagógicas serão constituídas comissões integradas por especialistas para, em
relação aos projetos apresentados pelos professores credenciados:
1. definirem os critérios e os procedimentos
para análise e avaliação;
2. orientarem os docentes credenciados na
elaboração, disponibilizando informações e dados necessários;
3. procederem à análise e realizarem as
entrevistas.
4. emitirem decisão final fundamentada na
qualidade do projeto apresentado.
Art. 6º O credenciamento de docentes dar-se-á mediante processo a ser organizado, executado e avaliado por comissão designada pelo
Dirigente Regional de Ensino, composta por Supervisores de Ensino e
Diretores de Escola.
§ 1º Caberá ao Dirigente Regional de Ensino a publicação, no Diário Oficial
do Estado – DOE, dos resultados do processo de credenciamento.
§ 2º Cada credenciamento terá validade de 3 (três) anos, contados a partir da
data de publicação dos resultados do processo correspondente.
§ 3º A realização de novo processo de credenciamento poderá ocorrer quando o
número de docentes credenciados e disponíveis for insuficiente para o
preenchimento de postos de trabalho vagos.
Art. 7º O processo de credenciamento deverá ser realizado pela Diretoria de
Ensino, por meio de edital publicado no Diário Oficial do Estado, com ampla
divulgação em todas as escolas de sua jurisdição.
Parágrafo único Deverão constar do edital:
1. as condições para inscrição;
2. o período, o local e os horários de
inscrição, bem como os de realização da prova de credenciamento;
3. os referenciais bibliográficos;
4. a composição da prova;
5. o índice de acertos necessários para o
credenciamento;
6. o prazo para publicação de resultados;
Art. 8º O Professor Coordenador não poderá ser substituído e terá a designação
cessada, em qualquer das seguintes situações:
I - mediante solicitação por escrito;
II - remoção para outra unidade escolar;
III - a critério da administração, em decorrência de :
a) não corresponder às atribuições do posto de trabalho;
b) entrar em afastamento, a qualquer título, por período superior a 45
dias;
c) a unidade escolar deixar de comportar o posto de trabalho;
d) não tiver o mínimo de aulas atribuídas na unidade escolar.
§ 1º Na hipótese do Professor Coordenador não corresponder às atribuições
relativas à função, a cessação da designação dar-se-á por decisão conjunta
entre direção da unidade escolar e do Supervisor de Ensino, no caso de unidade
escolar, e do dirigente do órgão no caso das oficinas pedagógicas, devidamente
justificada e registrada em ata.
§ 2º O docente que tiver sua designação cessada, nas situações previstas nos
inciso I e alíneas a e b do inciso III deste artigo, somente poderá ser
novamente designado Professor Coordenador, após submeter-se a novo processo de
credenciamento.
Art. 9º A recondução do Professor Coordenador, para o ano seguinte, dar-se-á
após a avaliação de seu desempenho, a ser realizado no mês de dezembro, pela
Direção da unidade escolar e Supervisor de Ensino da escola, no caso de unidade
escolar e do dirigente do órgão, no caso de oficinas pedagógicas.
Parágrafo único A recondução de que trata o caput deste artigo será registrada em ata,
justificada pela comprovação do pleno cumprimento das atribuições de Professor
Coordenador.
Art. 10 O exercício das atribuições de posto de trabalho de Professor
Coordenador por docente que se encontre na condição de readaptado, dependerá de
manifestação prévia da C.A.A.S. da Secretaria de
Estado da Saúde.
Art. 11 Caberá à Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas - CENP orientar
as Diretorias de Ensino no processo de credenciamento, indicando os critérios
para organização e avaliação da prova, os referenciais bibliográficos e os
procedimentos e instruções complementares que garantam unidade ao processo
seletivo.
Parágrafo único Excepcionalmente, em 2008, a prova para o credenciamento será elaborada
pela CENP.
Art. 12 O critério para definir a quantidade de Professores Coordenadores em
unidades escolares e oficinas pedagógicas será objeto de resoluções próprias.
Art. 13 Os atuais Professores Coordenadores terão suas designações cessadas:
I - em 01.07.2008 os Professores Coordenadores que atuam em escolas
estaduais que mantêm exclusivamente classes de 1ª a 4ª série do ensino
fundamental;
II – em 31.01.2008 para todos os demais.
Art.14 Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, surtindo
efeitos a partir de 01/02/2008, quando ficarão revogadas as Resoluções SE
66/2006 e 78/2006 e demais disposições em contrário.
Notas:
Revoga a Res. SE n.º 66/06, à pág. 95 do vol. LXII;
Artigo 4º alterado pela Res. SE n.º 10/08, à pág. 165 do vol. LXV;
Alterada pela Res. SE nº 53/10;
Alterada pela Res. SE nº 08/11;
Dispositivos alterados pela Res. 42/12;
Artigos 6º, 7º e 11º revogados pela Res. SE 42/12.